"A Itália suspende a respiração", diz a primeira página do Corriere della Sera. Ao fim de algumas semanas de boatos, o temido ataque especulativo contra a Itália poderá ter começado. A Bolsa de Milão está em queda livre, tendo registado perdas de 7% na semana passada e, na segunda-feira, 11 de julho, abriu com menos 1,26%. Assim, a margem financeira entre as obrigações italianas e alemãs a 10 anos – respetivamente, 5,45% e 2,66% – atingiu o maior pico de sempre. Essa baixa brusca foi agravada pelas perdas do grupo de Berlusconi, depois de uma decisão do tribunal, segundo a qual a holding do primeiro-ministro Fininvest deverá indemnizar em 560 milhões de euros o grupo rival Cir, por uma aquisição fraudulenta.
Os fatores de instabilidade política – como as lutas em curso no seio da coligação, que estão a bloquear a nova lei das finanças – são a efetiva razão pela qual os mercados perderam a confiança na economia italiana, que em condições normais seria capaz de enfrentar a tempestade, afirma o editorial de La Stampa. Chegou a altura de a Itália mostrar uma verdadeira autodisciplina e de a Europa se manter firme na via da solidariedade, a começar pelo Conselho de hoje. "Está a começar uma semana em que o julgamento que os mercados financeiros fizerem de Itália será crucial. Para evitarmos futuros desastres, será preciso que sejam tomadas as decisões económicas e políticas certas pela Itália, pela Europa e pela Itália na Europa."
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