É difícil encontrar alguém que não tenha sofrido nenhum tipo de assédio sexual na escola – desde comentários sobre o sutiã de meninas que estão começando a se desenvolver fisicamente até meninos que tiveram suas calças abaixadas ou sofreram preconceito e afirmações depreciativas sobre sua sexualidade.
O assédio sexual nas escolas é mais comum do que parece. Um novo estudo descobriu que mais da metade das meninas – e muitos meninos – sofreram pelo menos uma situação de assédio no ensino médio ou fundamental. E embora algumas pessoas possam afirmar que são apenas “crianças sendo crianças”, as vítimas podem sofrer com muitos maus efeitos no futuro.
De acordo com a revista Times, um estudo com quase 2 mil crianças descobriu que 56% das meninas e 40% dos meninos sofreram assédio sexual em algum momento no ano letivo anterior. 46% das garotas e 22% dos meninos relataram “indesejáveis comentários sexuais, gestos ou piadas”, enquanto 13% das meninas e 3% dos meninos mencionaram terem sido tocados contra sua vontade.
A estatística mais assustadora é que 3,5% das meninas e 0,2% dos meninos foram forçados a realizar um ato sexual, e uma parcela igual de meninos e meninas – 18% – foram chamados de gays de forma depreciativa.
Muitos adultos se lembram da escola como um local de comentários sobre sutiãs, agarramentos indesejados, comentários depreciativos sobre a sexualidade e coisas do gênero. E ainda que isso tenha sido extremamente doloroso, muitos adultos não se esquecem, mas carregam por muito tempo os comentários maldosos sobre eles, que começaram com a escola.
37% das meninas e 25% dos meninos disseram que o assédio fez que eles desejassem evitar a escola. 22% das vítimas do sexo feminino e 14% do masculino relataram até problemas para dormir. Esses números são ainda maiores entre crianças que foram perseguidas tanto online como pessoalmente – 46% dessas vítimas não queriam mais ir à escola, enquanto 44% delas tiveram problemas no estômago e 43% tiveram problemas de estudo.
Claramente, o assédio não é apenas uma brincadeira de crianças e adolescentes – além de afetar o desempenho escolar, prejudica a saúde. Assim, não deve ser tratado como um rito normal de passagem.
De acordo com a pesquisa, as escolas deveriam criar uma política contra o assédio sexual e certificar-se que ela seja divulgada e aplicada. As escolas devem assegurar que os estudantes sejam informados sobre os seus direitos, incentivando os jovens a falar sobre o assédio com a escola. Pais e colégios devem estar cientes que alunos merecem um ambiente de aprendizado em que o assédio seja uma ofensa punível, e não algo com o que eles devam lidar com naturalidade. Fonte: Hypescience