Imagens violentas podem brutalizar jovens - Evidências Proféticas | blog adventista

20/10/2010

Imagens violentas podem brutalizar jovens

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Garotos adolescentes repetidamente expostos a programas de televisão, filmes e videogames violentos têm mais chances de se tornar insensíveis à violência, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira. Não é a primeira vez que pesquisadores investigam a hipótese de que imagens violentas podem brutalizar os jovens. A maior preocupação dos cientistas é com a parte do cérebro que controla as emoções e reações a eventos externos - em outras palavras, o “freio” que obedece a nosso senso de certo e errado -, que ainda está em fase de desenvolvimento durante a adolescência. As últimas pesquisas nesse campo, no entanto, vêm sendo questionadas por falta de indícios sobre o que de fato acontece com as funções cerebrais, principalmente na área conhecida como córtex lateral orbitofrontal (OFC, na sigla em inglês), quando um adolescente é exposto a cenas de violência. 

Junto com sua equipe, Jordan Grafman, do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames dos Estados Unidos, estudou o comportamento de 22 garotos com idades entre 14 e 17 anos, com o objetivo de obter dados clínicos. Cada um dos jovens assistiu a uma série de clipes curtos, de quatro segundos, mostrando cenas de violência, extraídos de 60 vídeos diferentes. 

As imagens foram escolhidas previamente por outro grupo de adolescentes, que as classificaram como muito, médio ou pouco violentas. Elas foram exibidas em ordem aleatória aos voluntários do estudo, em blocos de 20 clipes. 

Os jovens assistiram às cenas deitados em um aparelho de ressonância magnética, usado para monitorar sua atividade cerebral. Além disso, seus dedos estavam ligados a sensores, capazes de medir a condutividade elétrica da pele, que varia de acordo com o suor; esse dado é considerado útil como guia à resposta emocional a estímulos. 

Os pesquisadores averiguaram que, quanto mais tempo os garotos olhavam para as imagens mais violentas, menos reagiam em termos de atividade do OFC e da condutividade da pele. O mesmo não ocorreu quando os voluntários eram expostos às imagens consideradas de menor grau de violência. 

“Descobrimos que, à medida que eram expostos aos vídeos mais violentos, a atividade em regiões do cérebro dos meninos ligados às reações emocionais diminuía, e isso se refletiu nos dados coletados pela ressonância magnética e pelo medidor de condutividade da pele”, explicou Grafman. 

A dessensibilização foi mais evidente entre adolescentes que relataram ser constantemente expostos a imagens violentas em sua rotina, de acordo com as respostas a um questionário que fazia parte da etapa inicial do estudo. 

Para Grafman, as imagens violentas estimulam estruturas do cérebro tipicamente ativadas quando as pessoas estão sendo agressivas. Sem o “guardião mental” que exerce a contenção emocional, essa exposição torna mais provável que um jovem cresça considerando a violência um comportamento aceitável. 

“As implicações são inúmeras [...], e incluem a ideia de que a exposição contínua a vídeos violentos é capaz de tornar um adolescente menos sensível à violência, mais confortável com a violência, e mais propenso a cometer atos agressivos, uma vez que o componente emocional associado à agressão, que normalmente age como freio, foi reduzido”, indicou. 

Uma vez que o estudo recrutou apenas garotos, não é possível afirmar o que ocorre com meninas excessivamente expostas a imagens de violência. 

A pesquisa foi publicada na versão online da revista britânica Social Cognitive and Affective Neuroscience. 


Nota: Há pessoas que parecem viciadas em (ou no mínimo têm fixação por) violência e “mundo cão”. Conheço gente de outros Estados que aprecia assistir programas que retratam as mazelas do Estado de São Paulo, por exemplo. O que um cidadão de Santa Catarina tem que ver com os engarrafamentos na Marginal Tietê ou com tiroteios em favelas? De que maneira essas informações lhe serão úteis? A família ganha mais quanto mantém a TV desligada e se dedica ao diálogo e ao culto familiar.[MB]

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