Bruxelas, 24 mai (EFE).- A nuvem de cinzas do vulcão islandês Grimsvötn forçou nesta terça-feira o cancelamento de mais de 250 voos, e acentuou o temor de que se repita o caos aéreo provocado em 2010 por outro vulcão, embora as autoridades tenham constatado uma redução em sua atividade.
O Escritório Meteorológico da Islândia informou que a atividade do Grimsvötn está em queda pelo segundo dia consecutivo, enquanto a altura da coluna de fumaça vulcânica foi reduzida dos 20 mil metros iniciais a cerca de 5 mil metros.
A Agência Europeia para a Segurança na Navegação Aérea (Eurocontrol) relatou até o momento a anulação de cerca de 500 voos pelas cinzas que chegaram ao céu da Irlanda do Norte e da Escócia.
Já segundo o Centro Assessor sobre Cinza Vulcânica (VAAC), com sede no Escritório Meteorológica britânica, há uma "grande possibilidade" de que a nuvem de cinzas afete amanhã algumas regiões da Dinamarca, o sul da Noruega e o sudoeste da Suécia. No entanto, com base nas previsões sobre a direção na qual se movimentará a nuvem durante os próximos dias, "espera-se que o impacto real nos voos seja relativamente reduzido".
As cinzas ameaçam avançar em direção a Dinamarca, o sul da Escandinávia e o norte da Alemanha nas próximas horas, segundo o chefe de operações da Eurocontrol, Brian Flynn.
Na conta da agência no Twitter, Flynn previu que a nuvem vulcânica poderia seguir seu curso rumo ao sul conforme avance a semana, aproximando-se de França e Espanha, embora as previsões ainda não sejam precisas, e somente estejam disponíveis para as próximas 24 horas.
O secretário de Estado de Transportes da Espanha, Isaias Táboas, afirmou hoje por sua vez que não há nenhuma previsão de que a nuvem de cinzas do vulcão islandês afete o espaço aéreo espanhol. A ameaça da nuvem de cinza obrigou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a antecipar em 13 horas seu voo da Irlanda a Londres para uma visita de Estado ao Reino Unido que começa hoje.
Os baixos níveis de concentração não impedem os aviões de voar, lembrou Flynn, enquanto em caso de seu aumento a possibilidade de voo depende do tipo de aeronave e de outros fatores.
Por enquanto, a British Airways, a holandesa KLM, a irlandesa Air Lingus e a companhia de baixo custo Easyjet suspenderam seus voos com partidas ou chegadas na Escócia.
Por outro lado, a Ryanair criticou a ordem das autoridades da aviação civil irlandesa para que suspenda nesta manhã seus voos para Edimburgo, Glasgow e Aberdeen por razões de segurança.
As companhias aéreas também suspenderam voos entre Newcastle, Belfast e Dublin, à espera de melhores condições. A Ryanair e a Easyjet tiveram que cancelar alguns voos da Espanha para Edimburgo e a Glasgow, segundo seus sites.
A erupção do Grimsvötn ocorre um ano depois de um fenômeno similar no Eyjafjallajökull, outro vulcão islandês, que provocou a paralisação do tráfego aéreo europeu por várias semanas.
O temor de que se repitam um colapso do espaço aéreo e as cenas de milhares de passageiros nos terminais, sem conseguirem embarcar, não parece ter chegado aos governos nem à Comissão Europeia, que emitiram mensagens tranquilizadores.
O ministro dos Transportes do Reino Unido, Philip Hammond, declarou à rede de televisão "BBC" que seu país está agora melhor preparado para tal eventualidade do que há um ano, já que tem sistemas "mais robustos" para "minimizar o efeito perturbador" da nuvem de cinzas.
Por sua vez, o comissário europeu de Transporte, Siim Kallas, disse que não espera, por enquanto, que a nuvem provoque um fechamento maior do espaço aéreo, nem que as consequências sejam similares ao caos ocorrido no ano passado.
Kallas afirmou que as circunstâncias não são exatamente as mesmas, já que as cinzas do vulcão Grimsvötn são "diferentes, as condições meteorológicas são diferentes e a resposta europeia é diferente".
A União Europeia ativou ontem uma célula de coordenação de crise para responder com rapidez e de maneira ordenada ao possível impacto da nuvem vulcânica. O grupo, que reúne a Comissão Europeia, companhias aéreas, aeroportos, autoridades nacionais de aviação e a Eurocontrol, emitirá diretrizes para esclarecer em que condições os voos serão permitidos. EFE
Fonte: G1
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