Tenho observado crianças a quem se permitiu crescerem dessa maneira. Seja em casa, seja fora, elas ou estão desassossegadas ou sonhadoras, e são incapazes de conversar, a não ser acerca dos assuntos mais comuns. As mais nobres faculdades, as que se adaptam às mais altas realizações, foram rebaixadas à contemplação de assuntos triviais, ou ainda piores, até que a pessoa se satisfaz com esses temas, mal podendo alcançar qualquer coisa mais elevada. Os pensamentos religiosos e a conversação sobre os mesmos, têm-se tornado desagradáveis.
O alimento mental em que se tem chegado a deleitar, é contaminador em seus efeitos, conduzindo a pensamentos impuros e sensuais. Tenho experimentado sincera piedade por essas almas, ao considerar quanto estão perdendo com o negligenciar oportunidades de obter conhecimento de Cristo, em quem se concentram nossas esperanças de vida eterna. Quanto tempo precioso é malgasto, e que poderia ser empregado em estudar o Modelo da verdadeira bondade!
Conheço pessoalmente alguns que perderam o saudável tono da mente mediante errôneos hábitos de leitura. Atravessam a vida com uma imaginação doentia, avolumando toda pequenina ofensa. Coisas a que um espírito são, razoável, não daria atenção, tornam-se para eles provas insuportáveis, intransponíveis obstáculos. Para eles a vida se acha continuamente envolta em sombras.
Os que têm condescendido com o hábito de correr através de histórias excitantes, estão impedindo sua força mental, e se tornando inaptos para vigorosos pensamentos e pesquisas. Existem homens e mulheres agora no declínio da vida, que nunca se recobraram dos efeitos da leitura imoderada.
O hábito, formado no princípio da vida, com eles cresceu e se tornou robusto; e seus esforços para vencê-lo, conquanto decididos, não têm conseguido senão um êxito parcial. Muitos nunca recuperaram seu vigor mental. Todas as tentativas de se tornarem cristãos práticos findam no desejo. Não podem ser verdadeiramente semelhantes a Cristo, e continuar a nutrir o espírito com esta classe de literatura.
Tampouco o efeito físico é menos desastroso. O sistema nervoso é desnecessariamente sobrecarregado por essa paixão pela leitura. Em alguns casos, jovens, e mesmo os de idade madura, têm sido afligidos por paralisia que não tem outra causa senão o excesso de leitura. Sendo a mente mantida em constante estimulação, o delicado maquinismo do cérebro enfraqueceu-se a ponto de não poder agir, sobrevindo em resultado a paralisia.
Livro: Mensagens aos Jovens. pág. 279
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