Evidências Proféticas
O FMI (Fundo Monetário Internacional) voltou a alertar para uma possível deterioração da economia mundial, e criticou a ênfase em políticas de ajuste fiscal sem preocupação com o crescimento.
A equipe de analistas do Fundo nota que o balanço de riscos para a economia mundial continua bastante negativo.
"Uma piora na escalada da crise poderia disparar uma fuga generalizada [de capitais] de ativos de risco, o que teria um impacto negativo global. Uma excessiva desalavancagem dos bancos europeus, por exemplo, poderia expor vulnerabilidades nos mercados emergentes", apontaram os especialistas, na edição 2012 do Relatório Anual dessa instituição publicado nesta quinta-feira.
Tratando especificamente da crise na zona do euro, o Fundo manteve sua recomendação de que os países deveriam continuar seus esforços em reduzir os rombos nas contas públicas.
Mas chama a atenção a ênfase dos especialistas de que os governos não devem ignorar, ao mesmo, políticas específicas para promover o crescimento econômico.
"A consolidação fiscal sozinha não vai resolver o enfraquecimento da economia e até poderia, devido aos baixos níveis de crescimento, levar (...) a uma piora dos níveis de endividamento no curto prazo", acrescenta o FMI no relatório.
Os especialistas advertem que a queda nos níveis de consumo entre os países mais endividados não foi compensado por um aumento nos países em melhores condições financeiras.
Para combater o efeito negativo desse necessário sobre o crescimento, o Fundo recomenda que os países com taxas de poupança mais altas corrijam distorções que impeçam o aumento de consumo.
O FMI também enfatizou a necessidade dos países europeus em combater os problemas que afetaram a união monetária em torno do euro.
Para o Fundo, é necessário um sistema financeiro mais integrado que inclua "supervisão e regulação comuns do sistema financeiro", o que lembra propostas já discutidas dentro da União Europeia.
O FMI também pediu a criação de instituições dentro da União Europeia "ativamente envolvidas nos planos orçamentários nacionais", outro assunto delicado na comunidade europeia, por envolver questões de soberania econômica de cada país.
Postado em: Crise Econômica
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