A seis meses da conferência internacional sobre o clima de Durban, na África do Sul, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, fez um apelo por medidas concretas para redução da emissão de gases do efeito estufa.
"O que está agora na mesa não é suficiente", afirmou a premiê, acrescentando que, se não houver ações concretas agora para proteger o clima, sairá mais caro combater posteriormente as consequências do aquecimento global.
"É certo que em Durban não haverá um acordo final, mas os países devem avançar com metas concretas de redução", afirmou a chefe de governo neste domingo (03/07), durante o chamado segundo Diálogo do Clima de Petersberg, realizado em Berlim e que prossegue nesta segunda-feira.
Merkel disse ainda que a responsabilidade para limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius é sobretudo dos países industrializados, mas que os esforços das nações ricas isoladamente não são suficientes. Por isso, disse a chanceler federal, é necessária a colaboração das nações emergentes.
"A proteção climática não conhece fronteiras. Ela atinge todos os países", disse Merkel, que cobrou ainda que os mecanismos e instrumentos para proteção do clima acordados no fim do ano passado na conferência de Cancún sejam implementados.
Responsabilidade ética
Para Merkel, a meta continua sendo alcançar um acordo legalmente vinculativo, "mesmo que isso seja difícil", acrescentando que se trata de "ter responsabilidade ética por este mundo".
Ela citou uma média global de emissões de dióxido de carbono de duas toneladas por pessoa como uma meta necessária para limitar o aquecimento global a no máximo dois graus centígrados, e afirmou ser esta "uma tarefa gigantesca", dadas as atuais 20 toneladas nos EUA, dez na Alemanha e mais de quatro na China.
Protocolo de Kyoto
O primeiro Diálogo de Petersberg foi organizado pelo governo alemão em maio de 2010 no Hotel Petersberg, localizado no morro de mesmo nome, nos arredores de Bonn.
A reunião informal de dois dias em Berlim, entre integrantes a nível ministerial de 35 países, serve de preparação para a conferência sobre mudanças climáticas de Durban, na África do Sul, agendada para ocorrer entre 28 de novembro e 9 dezembro. A cúpula é mais uma tentativa de se obter um acordo para um tratado sucessor ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Na cúpula de Cancún, em 2010, no México, as nações fecharam um amplo pacote de medidas para combater as mudanças climáticas, mas não chegaram a um consenso sobre as obrigações futuras dos Estados para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
Dois pontos fundamentais
Na opinião de Martin Kaiser, diretor do departamento de política internacional para o clima do Greenpeace, há boas chances de este encontro ministerial de dois dias em Berlim dar um novo alento para as negociações climáticas.
"Há dois pontos fundamentais para um futuro acordo climático segundo especialistas: os países industrializados devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 25% a 40% em relação às emissões em 1990. E também as economias emergentes China, Índia, Brasil e África do Sul precisam se envolver nas decisões da próxima conferência sobre o clima e assumir compromissos para a redução de gases de efeito estufa", disse Kaiser em entrevista à Deutsche Welle.
Também é certo que os dois graus centígrados não podem ser alcançados se os dois maiores emissores, China e os EUA, não reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa de forma maciça, acrescentou. Representantes de ambas as nações participam da reunião em Berlim. "O que é um bom sinal", disse Kaiser. "Mas Obama até hoje não cumpriu sua promessa de campanha, que era apoiar um acordo climático internacional", criticou.
Fonte: dw-world.de
Nota: A pergunta é: O que os Estados Unidos irão fazer para reduzir de forma maciça suas emissões de gases, de modo que seja exemplo para todo o mundo?
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