O chefe de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, dissolveu o Parlamento nesta segunda-feira (26), mas se comprometeu a adotar novas medidas para enfrentar uma crise econômica, se necessário, antes de uma eleição de novembro que deve entregar o poder à oposição conservadora.
Zapatero convocou eleições para 20 de novembro, quatro meses antes do inicialmente previsto, na esperança de que sinais fracos de uma recuperação econômica poderiam compensar sua impopularidade, depois de anos de medidas de austeridade em um país onde uma em cada cinco pessoas está desempregada.
No entanto, a piora desde agosto na crise da zona do euro tem forçado o governo a avançar ainda mais com reformas, à medida que tenta evitar um pacote de resgate como os que foram solicitados por Grécia, Portugal e Irlanda.
'Nós vamos continuar a adotar medidas se necessário', disse Zapatero a repórteres após uma reunião de gabinete, diante da permanência das incertezas sobre a Grécia, onde os temores de um possível default ameaçam contaminar os vizinhos do Mediterrâneo, como Itália e Espanha.
Mesmo que o Parlamento espanhol esteja oficialmente dissolvido, um comitê legislativo permanente pode aprovar medidas de emergência no caso de a crise da zona euro se agravar ainda mais.
Antes das eleições locais de maio, dezenas de milhares de manifestantes, conhecidos como 'los indignados' (os indignados), foram às ruas em toda a Espanha em protestos pacíficos contra os políticos tradicionais que eles culpam pela prolongada crise econômica no país.
Zapatero foi criticado por reagir tarde demais à crise econômica da Espanha depois que uma bolha imobiliária estourou, e as pesquisas mostram que o conservador Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, provavelmente vai derrotar os socialistas, atualmente no governo, nas eleições de novembro.
A pesquisa de opinião do instituto Gesop para o jornal catalão El Periodico mostrou, nesta segunda-feira, que um total de 46% dos eleitores pretendem escolher o PP.
A pesquisa também mostrou os socialistas, liderados na eleições pelo ex-ministro do Interior Alfredo Pérez Rubalcaba, teriam 31,4% dos votos.
A campanha eleitoral vai começar oficialmente em 4 de novembro.
'É provável que Zapatero tente manter o perfil tranquilo que adotou de agora em diante', disse Carlos Barrera, professor de política na Universidade de Navarra.
Os rendimentos dos bônus espanhóis ainda estão perto dos maiores níveis desde a introdução do euro, com investidores céticos de que a quarta maior economia da zona do euro conseguirá evitar um resgate semelhante ao da Grécia em algum momento.
Fonte: G1
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