Lisboa, 20 set 2011 (Ecclesia) – Os cristãos devem marcar presença no sindicalismo para combater a eliminação sucessiva dos direitos dos trabalhadores, causada pelo avanço de “políticas neoliberais e economicistas” imbuídas de “desumanidade”, considera a presidente da Liga Operária Católica.
Em artigo publicado na edição de hoje do semanário ECCLESIA, Fátima Cunha Almeida sustenta que é “imperativo apelar à participação nas organizações sindicais, onde os trabalhadores cristãos são chamados a exercer aí a sua responsabilidade cívica, através de um testemunho pessoal e solidário”.
“Hoje é sobretudo o poder económico-financeiro e da especulação que dita as regras, sem respeito pelas democracias e pelos governos legítimos”, impondo sucessivas “revisões da legislação laboral” que privam os trabalhadores de “direitos que na sua grande maioria alcançaram em concertações sociais”, assinala o texto.
O confronto entre o mundo laboral e a encíclica “Laborem exercens”, assinada há 30 anos pelo Papa João Paulo II, ressalta que “o princípio do direito ao trabalho como garantia da realização humana e espiritual dos homens e das mulheres está muito longe de ser uma realidade”.
Fátima Cunha Almeida aponta a existência de “graves violações de direitos e da dignidade dos trabalhadores”, como é o caso do “desemprego estruturante”, “trabalho precário”, “horários desregulados e rotativos”, “bancos de horas”, “baixos salários” e “contratos mensais e sem vínculo à empresa”.
A dirigente da Liga Operária Católica–Movimento de Trabalhadores Cristãos sublinha que estas realidades têm “profundas consequências na vida pessoal e familiar dos trabalhadores” e provocam “o aumento dos níveis de pobreza nos países democráticos e desenvolvidos”.
“Estes novos pobres, já chamados de mártires do século XXI, são também acusados de preguiçosos e até de oportunistas, quando beneficiários de apoios que o Estado tem o dever de garantir”, aponta o texto intitulado “Escolhas políticas imbuídas de desumanidade”.
A responsável recorda que, segundo a Doutrina Social da Igreja, as carências não podem ser combatidas apenas com medidas “meramente assistencialistas”: “Mesmo quando são necessárias respostas imediatas, a solução passa sempre por combater as causas da pobreza”.
Para Fátima Cunha Almeida, “o grande desafio de hoje para os cristãos e para todas as mulheres e homens é o de defenderem um desenvolvimento onde prevaleça a pessoa sobre a economia e o dinheiro”.
A carta “Laborem exercens”, publicada a 14 de setembro de 2001, evoca o 90.º aniversário da encíclica “Rerum novarum”, do Papa Leão XIII, considerado o primeiro documento da Igreja Católica integralmente dedicado ao mundo laboral e aos direitos dos trabalhadores.
Fonte: Ecclesia
Nota: Nesta carta "Laborem exercens", o dia de domingo é relacionado como o dia de descanso para o trabalhador. A idéia da guarda do domingo como solução para os problemas sociais, econômicos, ambientais e morais está ganhando força entre aqueles que desconhecem ou rejeitam a Palavra de Deus. A Igreja de Roma além de lutar por leis dominicais entre os bispos e líderes políticos, orienta seus fiéis a unirem-se em sindicatos para defenderem tais leis espúrias.
Veja o que Os Testemunhos falam sobre associações aos sindicatos e a orientação que o Senhor dá ao Seu povo:
Satanás está ativamente em operação em nossas cidades populosas. Sua obra é observada na confusão, na luta e discórdia entre o capital e o trabalho, bem como na hipocrisia que penetrou nas igrejas. ... A concupiscência da carne, a soberba dos olhos, a ostentação do egoísmo, o abuso do poder, a crueldade e a força empregados para fazer com que os homens se liguem às confederações e uniões - atando-se a si mesmos em molhos para a queima dos grandes fogos dos últimos dias - tudo isso é operação de instrumentos satânicos. Evangelismo, pág. 26.
Os ímpios estão sendo atados em feixes, atados em conglomerados comerciais, em sindicatos, em confederações. Não devemos ter nada que ver com essas organizações. Deus é o nosso Soberano, o nosso Governador, e Ele nos convida a sair e separar-nos do mundo. "Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras." II Cor. 6:17. Se recusarmos fazer isso, se continuarmos a nos vincular ao mundo e a encarar toda questão de um ponto de vista mundano, tornar-nos-emos como o mundo. Quando métodos e idéias mundanos governam nossas transações, não podemos colocar-nos sobre a elevada e santa plataforma da verdade eterna. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.142.
Os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo. Alguns homens combinarão segurar todos os meios que se possam obter em certos ramos de negócio. Formar-se-ão sindicatos, e os que a eles se recusam unir serão homens marcados. ...
Bem depressa se aproxima o tempo em que o poder controlador dos sindicatos será muito opressivo. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 141.
1 comentários:
Lembrando sempre que essa associações em todas as partes do mundo têm muito de Karl Marx e pouco de Cristo. Lembrando ainda que o meio cristão está infestado de padres, bispos, pastores ou apóstolos com ideologias espúrias.
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