A economia global está prestes a enfrentar uma nova e mais profunda recessão de empregos, que pode causar turbulências sociais em países desenvolvidos, segundo relatório da Organização Internacional de Trabalho (OIT).
A entidade afirma que levará pelo menos cinco anos para que o desemprego seja reduzido aos números de antes da crise e que, em 45 dos 118 países pesquisados, o risco de turbulências sociais vem aumentando.
No relatório World of Work Report 2011, a OIT diz que a estagnação da recuperação econômica já começou a ter um "efeito dramático" em certos mercados de trabalho.
O documento afirma que seria necessária a criação de 80 milhões de novas vagas de trabalho nos próximos dois anos para que o desemprego seja reduzido para os índices de antes de 2008, mas a previsão é que de sejam criados apenas metade destes postos.
"Chegamos à hora da verdade", afirmou Raymond Torres, diretor do instituto de pesquisas da OIT. "Há uma breve janela de oportunidade para que evitemos uma grande queda nos níveis de emprego."
O relatório também avaliou o grau de descontentamento causado pela falta de trabalho e a percepção de que os sacrifícios exigidos pela crise não estão sendo igualmente compartilhados.
O documento afirma que vários países enfrentam a possibilidade de turbulências sociais, especialmente na União Europeia, nas economias desenvolvidas e em nações árabes. Já na América Latina e na África Subsaariana, o risco não se alterou ou diminuiu.
Em 69 dos países com dados disponíveis, a OIT observou um aumento do número de pessoas que consideram que houve uma piora do padrão de vida. E a maioria dos consultados em metade dos 99 países onde foram realizadas entrevistas afirmaram que não confiam em seus governos.
Nos países desenvolvidos, mais de 50% das pessoas manifestaram que não estão satisfeitas com a oferta de empregos qualificados - em países como Grécia, Itália, Portugal, Eslovênia e Espanha, o índice foi superior a 70%.
Nesta segunda-feira, a divulgação de novos dados apontou que o desemprego nos 17 países da zona do euro subiu de 10,1% em agosto para 10,2% em setembro, o maior índice desde junho de 2010. O índice representa mais de 16 milhões de desempregados.
Entre os 27 países da União Europeia, o desemprego subiu de 9,6% em agosto para 9,7% em setembro. O problema é mais grave na Espanha, com 22,6% de desempregados - os países com menores índices são Áustria (3,9%) e Holanda (4,5%). Fonte: BBC